quinta-feira, julho 30, 2015
What Moon Things
Por sugestão de um amigo decidi investigar os What Moon Things e à primeira impressão calculei que teria escrito mal o seu nome pois tanto a capa como os títulos das faixas remetiam para paragens que não me seduzem por aí além. No entanto decidi ouvir e aos poucos fui percebendo o entusiamo que a banda tem criado à sua volta.
Oriundos de Nova Iorque, o trio composto por Jake Harms, John Morisi e Eric Sowalskie inciaram a sua atividade em 2012 tendo editado em Junho de 2014 o homónimo registo debutante que deambula por terrenos outrora calcorreados pelos The Cure, Walkmen, Slint, Codeine, Pinback ou Modest Mouse.
Nesta diversidade de boas influências assenta a mais valia desta banda que em temas como "Vampire", "The Astronaut" ou "Staring At The Radio" tanto remetem para uma face mais sombria do pós-punk, um indie rock mais esquizofrênico graças à vocalização de Harms, guitarras ora intimistas ora abrasivas e uma cadência slowcore em vários momentos que julgava ter desaparecido.
Enquanto não surgem mais novidades dos WMT aproveitem para ouvir um disco de uma banda que acredito terá muito mais reconhecimento num futuro próximo.
segunda-feira, julho 20, 2015
White Reaper - "White Reaper Does It Again"
Após o excelente cartão de visita com o "White Reaper Ep" publicado o ano passado, fiquei a salivar pelo álbum de estreia desta formação oriunda de Louisville no Kentucky, que entretanto adicionou o teclista Ryan Hater ao trio original composto por Tony Esposito (voz, guitarra) e os gémeos Sam e Nick Wilkerson (baixo e bateria respetivamente). "White Reaper Does It Again" confirma em pleno as expetativas que tinha em relação a esta banda como uma pandilha que apenas quer "rockar" e o resto é conversa.
Com uma sonoridade que pisa os terrenos garage-punk de Jay Reatard, Ty Segall, Bass Drum of Death ou Fidlar, sem esquecer a cartilha dos Ramones e a power-pop dos The Cars, este é daqueles discos para ouvir em alto volume, de preferência numa viagem de carro com amigos de longa data a caminho de um destino qualquer longe da realidade cotidiana.
Assente numa produção a puxar tudo para o 11, "White Reaper Does It Again" não é um disco original (nem o pretende ser), mas assegura ao ouvinte, em particular os que já passaram a adolescência e cujos ouvidos já estão calejados, um regresso ao passado quando as guitarradas eram assimiladas como forma de mandar tudo às urtigas. Temas como a abertura explosiva de "Make Me Wanna Die", o "Just What I Needed" dos Cars revisitado em "Pills", os Weezer de boa memória em "Sheila" ou o ramoniano "Wolf Trap Hotel" são alguns exemplos da construção musical dos White Reaper que conjugando velocidade punk, sujidade garage-rock e refrões punk-pop criaram até ver o melhor "fuck-off" álbum deste ano.
terça-feira, julho 14, 2015
quarta-feira, julho 08, 2015
Jacco Gardner - "Hypnophobia"
"Hypnophobia" é o segundo álbum do multi-instrumentalista holandês Jacco Gardner que recentemente esteve em Portugal a promove-lo, tendo previamente passado pela edição de 2013 do Milhões de Festa.
Com uma sonoridade bem assente numa pop psicadélica a roçar o barroco na qual os teclados predominam, este novo disco abre com "Another You" a recordar os saudosos The Bees, prossegue com "Grey Lanes" um instrumental ideal para filmes de culto da década de 60, pisca o olho à folk-pop em "Brightly" e desliza para "Find Yourself" que poderia ter a assinatura dos Temples, The Coral ou Super Furry Animals, resultando perfeita numa qualquer mixtape de Verão.
"Face To Face" revela a devoção a Syd Barrett, enquanto "Outside Forever" soa a cruzamento entre os The Zombies e os Air. Os contagiantes oito minutos de "Before The Dawn" inspiram-se no legado de bandas como os Stereolab e Broadcast, ao passo que o tema-titulo estica-se para lá da convencional duração pop num remoinho psicadélico espacial, encerrando em beleza com "All Over", novamente um instrumental no qual Gardner explora várias tonalidades dos seus teclados vintage, num disco que apesar de soar a pérola perdida da época áurea do psicadelismo dos 60, possui argumentos mais do que suficientes para obter a devida atenção e devoção.
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