Após o excelente cartão de visita com o "White Reaper Ep" publicado o ano passado, fiquei a salivar pelo álbum de estreia desta formação oriunda de Louisville no Kentucky, que entretanto adicionou o teclista Ryan Hater ao trio original composto por Tony Esposito (voz, guitarra) e os gémeos Sam e Nick Wilkerson (baixo e bateria respetivamente). "White Reaper Does It Again" confirma em pleno as expetativas que tinha em relação a esta banda como uma pandilha que apenas quer "rockar" e o resto é conversa.
Com uma sonoridade que pisa os terrenos garage-punk de Jay Reatard, Ty Segall, Bass Drum of Death ou Fidlar, sem esquecer a cartilha dos Ramones e a power-pop dos The Cars, este é daqueles discos para ouvir em alto volume, de preferência numa viagem de carro com amigos de longa data a caminho de um destino qualquer longe da realidade cotidiana.
Assente numa produção a puxar tudo para o 11, "White Reaper Does It Again" não é um disco original (nem o pretende ser), mas assegura ao ouvinte, em particular os que já passaram a adolescência e cujos ouvidos já estão calejados, um regresso ao passado quando as guitarradas eram assimiladas como forma de mandar tudo às urtigas. Temas como a abertura explosiva de "Make Me Wanna Die", o "Just What I Needed" dos Cars revisitado em "Pills", os Weezer de boa memória em "Sheila" ou o ramoniano "Wolf Trap Hotel" são alguns exemplos da construção musical dos White Reaper que conjugando velocidade punk, sujidade garage-rock e refrões punk-pop criaram até ver o melhor "fuck-off" álbum deste ano.
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