sexta-feira, março 25, 2016
Mugstar - "Magnetic Seasons"
Com uma carreira que remonta a 2003, os Mugstar têm vindo gradualmente a angariar a reputação de uma das bandas mais criativas do espectro do psicadelismo deste século, mercê das suas performances ao vivo e de não se limitarem a copiar os baluartes do género. Muito embora a pegada dos Hawkwind e Pink Floyd seja evidente na sua sonoridade, fortes ecos dos krautrock fazem-se igualmente sentir, para além de riffs à Black Sabbath, ondulações típicas do denominado post-rock, a cadência de uns Spacemen 3 e semelhanças sonoras com os Föllakzoid ou Wooden Shjips.
Resultado de terem possivelmente mais tempo em estúdio, os de Liverpool não se fizeram rogados e editam desta feita o ambicioso "Magnetic Seasons" como um duplo álbum na Rock Action Records pertença dos escoceses Mogwai. Dada a qualidade técnica evidente dos seus elementos, os Mugstar aproveitam para expandir todo o seu potencial criativo (não confundir com virtuosismo técnico bacoco) ao longo de 9 faixas que alternam entre os 5 e 18 minutos de duração, nas quais empregam dinâmicas bem engendradas de forma a que os temas possuam uma fluidez natural mesmo picando o ponto em diversos territórios de que são exemplo " Unearth", "Flemish Weave" ou "Time Machine".
Mesmo sendo apreciador de temas que me transportam a outras dimensões, ainda assim a banda não consegue evitar uma certa saturação em particular na segunda metade do disco no qual a vaga cósmica está demasiado presente fazendo com que o disco vá perdendo fulgor até seu término com o xamânico "Ascension Island". Acredito que ao vivo esta vertente ganhe até outra vida mas em disco acaba por soar a mera desbunda na qual ninguém se atreveu a parar de tocar ou simplesmente a abrir os olhos. Quiçá resultará melhor sob o efeito de certas substâncias? Fico a aguardar o regresso a Portugal para tirar as dúvidas.
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