domingo, dezembro 21, 2014

Os Melhores de 2014


Muita, mas mesmo muita música foi editada este ano. Como tal, eleger os melhores discos entre tanta oferta torna-se algo deveras complicado e por conseguinte os supostos melhores acabam por revelar, acima de tudo, os discos que mais me agradaram no cômputo geral, mesmo num ano em que tive mais tempo para investigação e audição.
A lista que se segue é composta por 50 títulos por ordem alfabética com uma pequena resenha, onde o psicadelismo impera nas suas diversas variantes, em que a atual dança /electrónica continua a não me seduzir, onde vários deles foram descarregados livremente no Bandcamp e onde não há lugar a melhor disco do ano, embora o dos Goat fosse o mais forte candidato. Provavelmente a minha fasquia de qualidade anda um pouco rasteira, ainda assim, mais de uma dezena ficou à porta e aposto que mais uns quantos vão ser descobertos no decorrer de 2015. A história é sempre a mesma mas no fim o que conta é o prazer de ouvir música. BOM ANO!


01.Adebisi Shank - This Is the Third Album of a Band Called Adebisi Shank 
Terceiro e derradeiro registo deste trio irlandês cuja fusão de rock matemático, electrónica e vocalizações robóticas foi suficiente para criarem um culto à sua volta. Com um pouco mais de esforço e poderiam ter chegado ao patamar dos Battles.



02.Allah-las - Worship The Sun
Uma banda com tantas referências a L.A. (o nome, a localização, a sonoridade) é óbvio que este segundo registo iria manter as influências que fizeram do disco debutante um pequeno fenómeno (surf-rock, Byrds, Love). Embora não tão imediato mas com uma melhoria em termos de arranjos, "Worship The Sun" cumpre mas terão que fazer algumas mexidas para o próximo.



03.Alvvays - Alvvays
Um dos discos de estreia mais aclamados pela critica musical este ano, "Alvvays" é um belo exemplo de como a música pop deveria ser: boas melodias, arranjos interessantes, uma voz cativante mas sem floreados, letras melancólicas e refrões que colam ao cérebro. Sou só eu que noto a influência dos Belly?



04.Amazing Snakeheads - Amphetamine Ballads 
Esta banda oriunda de Glasgow editou um negro disco debutante, onde as sombras de Nick Cave, Gallon Drunk, Flaming Stars, Suicide ou até mesmo dos companheiros de editora Sons & Daughters e Kills são projetadas por entre a fumarada de clubes noturnos de má fama.



05.Austerity Program - Beyond Calculation
Este duo de NY não é muito prolifico (isto de ser músico não está fácil) mas também não me parece que estão com pressa para despachar material. Acima de tudo, são tipos atentos ao detalhe (isto de ter uma caixa de ritmos obriga a ser muito certinho com os tempos) e a sua sonoridade Big Black / Shellac, Godflesh, Jesus Lizard também não alinha com modas passageiras. Nota: O disco pode ser descarregado livremente no Soundcloud ou Bandcamp.



06.Beverly - Careers
A união de esforços entre Frankie Rose e a desconhecida Drew Citron dos Ava Luna resultou num disco com uma sonoridade muito próxima ao registo de estreia de Rose, que entretanto regressou à sua carreira a solo, e a toda uma fornada indie-fuzz-pop (Best Coast, Vivian Girls, La Sera, Dum Dum Girls) que por mais óbvias que sejam as influências continua a soar sedutor, e este disco não é excepção.



07.Cheatahs - Cheatahs
Após um par de ep's que os colocaram no mapa e que levou a assinar um contrato com a Wichita, o homónimo disco de estreia desta banda liderada pelo canadiano radicado em Londres Nathan Hewitt, confirma que temos uma banda imersa nos 90, seja através da vertente mais sónica ou a facção shoegaze. Um bom disco mas que terá de ser mais original no próximo capitulo. 



08.Creepoid - Creepoid
"Horse Heaven" o disco de estreia desta banda de Filadélfia foi uma boa surpresa e "Creepoid" vem cimentar a opinião de que  são uma banda a ter em atenção. A sua fusão de grunge-shoegaze-post-rock-slowcore com tonalidades psicadélicas é um regalo para os ouvidos.



09.Dean Wareham - Dean Wareham
Outrora membro dos Galaxie 500, Luna e da dupla Dean & Britta, surge finalmente o longa duração em nome próprio e como seria de esperar não existem surpresas mas basicamente aquilo que Wareham faz e muito bem: canções de recorte clássico cantadas no seu timbre tão característico, letras contemplativas, melodias que trauteamos facilmente com uma boa produção a cargo de Jim James dos My Morning Jacket. Simplicidade, sinceridade e bom gosto resulta em discos como este.



10.Dope Body - Lifer
Donos de uma sonoridade mergulhada no noise-rock, post-hardcore e o grunge com costela metaleira, o novo registo desta pandilha de Baltimore é daqueles que deixa o ouvinte atordoado como se tivesse levado uma carga de porrada, ou de uma forma mais ligeira, é ótimo para libertar o stress. Tipico registo que na década de 90 seria editado pela Amphetamine Reptile ou a Touch & Go.



11.Esben & The Witch - A New Nature
Confesso que aquando da sua passagem pela Matador nunca me deixei levar por esta banda, com este terceiro disco auto-editado em regime crowdfunding e gravado por Steve Albini, o caso mudou de figura. Mais visceral como seria de esperar e com inclinação para o território Swans, pós-rockeiro e aquela voz tão próxima a P.J. Harvey, o trio parece ter encontrado o seu som e a curta mas intensa atuação no Hard Club deu para o confirmar.



12.Ex Hex - Rips
Veterana do universo indie, Mary Timony possuí uma carreira com passagens pelos Autoclave, Helium, Wild Flag (com 2 Sleater-Kinney), discreta carreira a solo e agora as Ex Hex, um power-pop-trio decidido a recuperar uma sonoridade mais 70's, seja através do glam, do punk, da new wave e até de algum rock FM. O resultado foi um viciante disco de festa para por a tocar bem alto numa noite de sábado rodeado de amigos e cerveja.



13.Geronimo! - Cheap Trick
Trio de Chicago editam o seu terceiro disco na mui recomendável Exploding In Sound Records. Tipico disco de quem cresceu a ouvir um pouco de tudo dentro de um universo mais alternativo, tanto temos eletrónica marada aparentada dos Devo, post-hardcore às pazadas, berreiro constante próximo dos Mclusky, guitarradas em frenesim ou com toques à Pavement, tudo com uma urgência e agressividade como se fosse o último dia na terra. Discaço que pode ser descarregado no Bandcamp.



14.Goat - Commune
Como referi na introdução, o segundo álbum desta pandilha de mascarados nórdicos foi um dos mais entusiasmantes deste ano. A sua fusão psych-rock-world-dance resulta em pleno e só não assegura o primeiro lugar porque faltou-lhe assim um "bocadinho" para lá chegar.



15.Gulp - Season Sun
Belo registo de estreia do casal Guto Pryce dos Super Furry Animals e a sua esposa Lindsey Leven.
Combinaram melodias folk-pop na linha dos Free Design, adicionaram uma camada psicadélica tão em voga, acrescentaram elementos kraut, prog, Morricone e synth-pop, e apesar de nos trazer à memória uma catrefada de bandas, soa bastante original.



16.Have A Nice Life - The Unnatural World
Segundo álbum do duo Have A Nice Life cujas elogiosas criticas referem influências que vão do shoegaze dos My Bloody Valentine, passando pelo pós-punk dos Joy Division e Cure, piscando o olho ao gótico via Bauhaus, até ao industrial mais acessível dos Depeche Mode e Nine Inch Nails, sem esquecer uma ambiência doom/black metal. Não é um disco fácil mas acaba por entranhar-se.



17.Holy Wave - Relax
Composições garage-surf-pop com valentes camadas de reverb e um teclado vintage a fazer-se notar seja em temas mais lânguidos na linha dos Psychic Ills ou mais acelerados a la  13th Floor Elevators. Um ótimo concerto num espaço exíguo em Fevereiro fez com que ficasse ainda mais fã deste disco.



18.Hookworms - The Hum
Após o estrondoso impacto de "Pearl Mystic" editado o ano passado, os Hookworms não perderam tempo e editaram "The Hum" no qual refinaram a sua fusão garage-psych-kraut-drone-punk com excelentes resultados. Eles não querem deixar os seus empregos mas não tarda vão perceber que já existe uma legião que os admira, e verdade seja dita, é totalmente justificada.



19.Ibibio Sound Machine - Ibibio Sound Machine
Mais uma estreia em grande por parte deste coletivo londrino liderado pela nigeriana Eno Williams.
Um caldeirão de influências (disco, post-punk, electro, funk e afrobeat) que resulta em pleno. Com um ouvido no continente africano e outro nas grandes metrópoles, esta máquina sonora certamente coloca qualquer um a dançar.



20.Lorelle Meets The Obsolete - Chambers
Banda mexicana que só agora tive o prazer de conhecer através deste "Chambers", o seu terceiro álbum. Valentes doses de space-psych-kraut-rock com ocasionais inclinações para o shoegaze ou o indie-rock mais sónico. Ingredientes certos para avariar a mioleira!



21.Mazes - Wooden Aquarium
Se "Ores & Minerals" o anterior registo do trio Mazes assegurou com todo o direito um lugar na lista de 2013, este "Wooden Aquarium" tem igualmente todas as qualidades para o fazer este ano. Uma pop que evita lugares comuns mas que não entra por experimentalismos inconsequentes e uma vertente pós-punk sem exageros e sempre com um sentido melódico a toda a largura.



22.Midriffs - Subtle Luxuries
Uma das melhores descobertas deste ano foi este disco dos Midriffs, banda de Boston apostada em fazer um belo cagaçal através do seu surf-garage-punk-pop, algo que garantidamente acontece e para a descoberta ter tido contornos a roçar a perfeição, "Subtle Luxuries" pode ser descarregado gratuitamente!



23.Nick Waterhouse - Holly
O produtor dos Allah-Las retorna com mais uma dose bem servida de soul / R&B/ swing/ rock & roll com uma produção a condizer e a receita continua a funcionar plenamente. É de facto uma viagem a outros tempos mas com a pinta deste conjunto de canções, vale sempre a pena embarcar.




24.Ought - More Than Any Other Day
Estreia dos canadianos Ought na Constellation seria algo perfeitamente normal não fosse o caso do som desta banda não encaixar com a estética mais pós-rockeira da editora. Letras de cariz politico e muitas interrogações, estética punk e uma variedade sonora que soa familiar mas que a banda vira do avesso. Não é por acaso que figuraram em muitas das listas dos melhores de 2014.



25.Parkay Quarts - Content Nausea
Embora provoque alguma confusão esta mudança de designação, a meu ver esta banda sendo apenas 50% dos Parquet Courts e com outros elementos, deve ser vista como um projeto paralelo e não uma brincadeira à volta do nome. Dito isto, "Content Nausea" soa basicamente à banda-mãe com uns piscadelas ao Devo, versões de Nancy Sinatra, incursões num território mais country e " Uncast Shadow Of A Southern Myth" garantidamente uma das melhores músicas deste ano.



26.Parquet Courts - Sunbathing Animal
Não tão "apunkalhado" como o deslumbrante disco de estreia "Light Up Gold" mas ainda assim com inúmeros pontos em comum, "Sunbathing Animal" é a continuação natural com mais elementos post-punk, alguns temas mais longos mas no geral é um somatório de diversas influências num disco coeso, viciante e que assegura um lugar de destaque no atual panorama indie.



27.Posse - Soft Opening
São de Seattle mas a sua sonoridade nada tem a ver com aquilo que regra geral é associado à capital de Washington , e que felizmente tem vindo a desaparecer. Por aqui temos um indie/pop /rock na linha dos Yo La Tengo, Feelies, Galaxie 500, Beat Happening. Simplicidade é a palavra de ordem num disco que poderemos adjetivar de bonito.




28.Proper Ornaments - Wooden Head
O argentino Max Claps une esforços novamente com James Hoare dos Veronica Falls e constroem um álbum assente na paixão que nutrem por bandas como os Velvet Underground, Love, Felt, Byrds, Beach Boys, The Jesus & Mary Chain, Teenage Fanclub, Ride entre outras. Apesar da fácil percepção das influências, as suas composições são  do mais "catchy" e é certo que voltamos a ouvi-las com todo o prazer.



29.Quilt - Held In Splendor 
Pegando numa base folk-rock, os Quilt acrescentam texturas enriquecedoras às suas composições, transformando este segundo disco num belo exemplo de conjugação de melodia, harmonia e arranjos sem parecer saturado ou sobre-produzido.



30.Real Estate - Atlas
Ao terceiro álbum os Real Estate consolidam o seu estatuto como uma das melhores bandas pop da atualidade. Prosseguindo no mesmo trilho inciado com "Real Estate" e "Days", não existem grandes novidades neste disco, apenas um aprimorar da sua sonoridade e uma piscadela de olho a um country-pop sem descambar.



31.Reverend Horton Heat - Rev
O que faz com que um disco desta veterana banda surja nesta lista não é um caso de nostalgia mas sim a confirmação de que Jim Heath e parceiros continuam a soar tão bem como nos seus melhores registos da década de 90. Rockabilly, garage, rock & roll, surf, mariachi e exótica combinadas de forma superior.



32.Sex Hands - Pleh
Recuperadores de uma estética "arty-lo-fi-do-it-yourself" que parte do pós-punk, o disco de estreia dos Sex Hands na excelente Faux Discx pertença de um elemento dos Cold Pumas,  soa aos primórdios dos Pavement, a bandas indie neozelandesas e a um surf-garage-rock na linha dos Hooded Fang ou Sonny & The Sunsets. Mais que tudo é um disco divertido e isso continua a ser bom.



33.Shellac - Dude Incredible
Albini, Weston e Trainer regressam com o seu quinto disco. Se o anterior "Excellent Italian Greyhound" ficou uns furo abaixo do habitual, neste "Dude Incredible" o trio está em plena forma e comprova mais uma vez que o seu rock agressivo e matemático continua a saciar estes ouvidos, sem esquecer a sua forma de estar no mundo da música.



34.Sleaford Mods - Divide And Exit
Confesso que inicialmente não fui muito à bola com este duo de Nottingham pois apesar de encontrar pontos de interesse, fiquei com a impressão que eram algo limitados. Recentemente voltei à carga e desta feita encaixei neste curioso universo de histórias repletas de dejetos, bebedeiras e palavrões a rodos. Dos The Fall passando por John Cooper Clarke até aos Streets, os Sleaford Mods prosseguem com o mesmo espirito de relatar a particular realidade britânica com um corrosivo sentido de humor.



35.Solids - Blame Confusion
Os Solids são um duo (guitarra / bateria) canadiano que não fogem muito da sonoridade dos conterrâneos Japandroids e Death From Above 1979. Adicione-se a escola indie americana dos Sonic Youth, Dinosaur Jr. ou exemplos mais recentes como os Metz e Paws e temos argumentos para um bom disco debutante, ficando por demonstrar no próximo disco se descolam de tão óbvias referências.



36.Soundcarriers - Entropicalia
Não foi preciso sequer chegar ao fim deste disco para perceber que tinha lugar garantido nesta lista. Colmatando o desaparecimento dos Stereolab e Broadcast, o terceiro álbum dos Soundcarriers conjuga, tal como os exemplos citados, easy-listening, jazz, bossa nova, tropicália, kraut, bandas sonoras vintage e obviamente o psicadelismo alucinogénico de outros tempos.



37.Swans - To Be Kind
Desde que regressaram ao ativo em 2010 e após discos tão louvados como "My Father Will Guide Me Up A Rope To The Sky" e "The Seer", Michael Gira e companhia continuam com uma qualidade e produtividade acima da média. Possuem um som único assente em excelentes músicos que recriam o que  a mente alucinada de Gira cria e ao vivo são uma coisa fora-de-série.



38.Tacocat - NVM
Os Tacocat são pop como as bolinhas coloridas que ilustram a capa do seu segundo álbum. São mais uma banda de Seattle, que como muitas outras da região, encontra forma de editar via Hardly Art uma subsidiária da Subpop com um catálogo invejável.  "NVM" é um belo disco de verão, daqueles que tocam em repeat seja no MP3 ou no leitor do carro.




39.Teleman - Breakfast
Com o fim dos subvalorizados Pete & The Pirates, parte da banda retorna sob a designação Teleman e com algumas alterações sonoras. A veia pop é impossível de disfarçar mas as guitarras nervosas dos Pirates dão lugar a um synth-pop que tanto se inspira nos Kraftwerk, nos anos 80, nos Grandaddy e até temos arranjos de cordas e saxofone. Acima de tudo mais um atestado de qualidade da composição de Thomas Sanders.



40.Temples - Sun Structures
Um dos discos mais aguardados deste ano, a estreia no formato longa duração dos Temples acabou por confirmar as expectativas criadas à sua volta. Uma pequena obra-prima de pop psicadélico/barroca onde não faltam as evidentes inspirações dos Beatles, Pink Floyd, Byrds, Donovan ou os mais recentes Kasabian e Tame Impala, uma produção caseira de topo e acima de tudo, um conjunto de canções com potencial de single. É obra!



41.Thurston Moore - The Best Day
Após a aventura Chelsea Light Moving, Thurston regressa aos discos em nome próprio  com um álbum mais de banda ao contrário do intimista "Demolished Thoughts". A sonoridade não difere muito dos Sonic Youth ou do anterior projeto, e apesar de haver todo um passado glorioso, Thurston continua a compor como se da antiga banda se tratasse. Basta ouvir os longos temas de abertura e perceber que podiam fazer parte do melhor cancioneiro da juventude sónica.



42.Tijuana Panthers - Wayne Interest
A sonoridade dos californianos Tijuana Panthers assenta num surf-garage-punk-rock onde nomes como os Gang of 4, Buzzcocks, Elvis Costello, Thee Oh Sees, Damned vêm à baila. Alternam entre temas bem acelerados com outros mais relaxados a entrar no terreno dos colegas de editora Allah-las. Longe de ser perfeito mas bem espremido dá um ótimo registo.



43.Ultimate Painting - Ultimate Painting
Ambos repetentes nesta lista, Jack Cooper (Mazes) e James Hoare (Veronica Falls, Proper Ornaments) após digressão em conjunto trocam composições e acabam por editar via Troubled In Mind este disco, onde facilmente reconhecemos a inspiração mas, acima de tudo, são 10 canções muito bem desenhadas.



44.Vacant Lots - Departure
Após um par de singles bem recebidos, o duo Vacant Lots estreia-se com "Departure", um registo onde o psicadelismo impera mas a marca Suicide faz-se igualmente notar. Por entre sintetizadores, caixa de ritmo e pedais de efeitos, acrescente-se uma costela punk que torna as suas músicas mais enérgicas e distancia a banda de um universo repleto de bandas regurgitadoras do passado.



45.Virginia Wing - Measures of Joy
Com um press release assente em referências aos influentes Broadcast, ao kraut cósmico dos Cluster e ao post-punk experimental dos This Heat, adicione-se os Stereolab, Ladytron e uns flocos de dream pop e ficamos com uma ideia de como soa "Measures of Joy" a promissora estreia desta banda londrina.



46.Warehouse - Tesseract
O caso em que tropeças numa canção e depois pesquisas no Bandcamp e a banda está oferecer o álbum começa a tornar-se algo usual mas não estava preparado para descarregar um disco tão fascinante quanto "Tesseract" a estreia desta banda de Atlanta que entretanto irá editar o disco através da nova editora do cabecilha dos Beach Fossils. Talvez por esta razão e pelo burburinho criado com este disco, já não é possível descarregar este belo pedaço de art-rock.



47.Weed Hounds - Weed Hounds
Já perdi a conta ao número de discos de estreia que povoam esta lista e este merece igualmente o seu lugar através do seu entusiasmante shoegaze reminiscente dos mais abrasivos My Bloody Valentine, da fase inicial dos Ride e Boo Radleys, dos crescendos à Sonic Youth e do noise-pop das Vivian Girls. Para compor o ramalhete, os Weed Hounds disponibilizam o disco através do seu site.



48.Woodsman - Woodsman
Terceiro, e a meu ver, o melhor álbum desta banda atualmente a residir em Brooklyn.  Temos kraut (Neu!, Can, Camera), temos psicadelismo (Hawkwind, Folläkzoid) e também algum experimentalismo. Porventura ainda vão aprimorar a sua fórmula mas dou-me por satisfeito com os resultados aqui obtidos. Trippy!



49.Wytches - Annabel Dream Reader
Power trio que foi criando uma expetativa em seu redor assegurando a edição do disco de estreia na Heavenly. "Annabel Dream Reader" conjuga um rock cavernoso próximo aos Birthday Party e Scientists, move-se por terrenos grunge da fase "Bleach" dos Nirvana, surf e berreiro à Pixies e uma adoração por garage psicadélico. Só não é perfeito porque é extenso e certas nunces vocais descambam para terrenos não muito do meu agrado.



50.Young Widows - Easy Pain
Formação noise-rock que com o passar do tempo tem vindo a refinar o seu som. "Easy Pain" localiza-se num espaço claustrofóbico e negro onde os Shellac, Jesus Lizard, Pissed Jeans e Nick Cave conseguem co-habitar mas todos lutam por obter mais uns centímetros.