quinta-feira, junho 25, 2015

Leon Bridges - "Coming Home"


"Coming Home" é o registo de estreia na Columbia Records do jovem texano Leon Bridges, um apaixonado pela soul e R&B de meados da década de 60 que já lhe valeu comparações a Otis Redding, Sam Cooke, Marvin Gaye ou ao colega de editora Raphael Saadiq.
Com uma voz aveludada e melodias de fácil audição, Bridges contou com o precioso auxilio de Josh Block e Austin Jenkins dos White Denim como banda de apoio e produção, resultando num disco com um forte travo à época dourada da soul onde não faltam os teclados à Booker T., coros femininos e uma eficiente seção de metais. Vagueando entre baladas que em nada destoariam no cancioneiro da falecida Amy Winehouse, R&B para bater o pezinho que o Nick Waterhouse tão bem explora, aproximação aos Black Keys do galardoado "Brothers" e gospel no arrepiante "River" que encerra este disco, tudo foi pensado ao pormenor e a apontar algum defeito a "Coming Home", será apenas por soar tão deslocado do tempo e por faltar um toque mais pessoal que estou em crer surgirá com o crescimento de Bridges como músico.


sexta-feira, junho 19, 2015

Spray Paint - "Punters On A Barge"


Segundo álbum dos texanos Spray Paint com selo da editora australiana Homeless Records, "Punters On A Barge" revela uma banda imersa nas sonoridades ruidosas da no wave e post-punk com apontamentos de noise-rock e até uma certa aura industrial.

Com uma construção musical assente em ritmos repetitivos, guitarras dissonantes e vocalizações a tender para o agressivo, a referência aos Jesus Lizard é óbvia, no entanto, creio que este disco incide mais nos primórdios dos Sonic Youth (com semelhanças vocais a Lee Ranaldo) e segue um trilho aproximado aos Cold Pumas e Yvette duas das mais estimulantes bandas da atualidade.

Num total de 10 faixas que podem ser escutadas aqui, o trio Spray Paint demonstra  em "Punters On A Barge" criatividade suficiente para cativar os ouvidos mais rotinados a estas andanças mais "noisy"e deixam em aberto um carreira para seguir com atenção.



segunda-feira, junho 08, 2015

Someone Still Loves You Boris Yeltsin - "The High Country"



Formados em meados da década passada em Springfield, Missouri, os Someone Still Loves You Boris Yeltsin surgiram em plena euforia da blogosfera e graças a isso conseguiram algum reconhecimento que levou a um contrato com a sempre recomendável Polyvinyl. "The High Country" é já o seu quinto registo de originais e após dois discos medianos "Let It Sway" (2010) e "Fly By Wire"(2013) retornam com algumas novidades sonoras ao investir mais na vertente rock muito embora a costela pop nunca deixe de estar presente.

"Line On You" abre este disco numa toada grunge-pop na senda dos Weezer e Superchunk, para logo de seguida atacarem com a orelhuda "Step Brother City" algures entre os Strokes e os Beach Boys, onde não faltam os inevitáveis "oooohhs". "Goal Mind", "Full Possession Of Her Powers" e a delicada " "Madeline" são faixas tipicamente indie-jangle-pop, tendência com que a banda foi alicerçando grande parte da sua discografia.

"What I Won" aventura-se em terrenos shoegaze e dream-pop a recordar os seus colegas de editora Headlights. Revelam músculo rockeiro com "Trevor Forever" novamente a inclinar para o território dos Weezer mas também dos Pixies e dos recentes Paws. A finalizar temos a power-pop na linha dos Telekinesis e Nada Surf em "Song Will" e "Total Meltdown", um pouco mais adocicada em "Foreign Future" e um aproximar à escola sónica de "Magnet's New Summer 'Do", concluindo assim um disco que pode resultar em pleno como banda sonora deste Verão.