quinta-feira, novembro 17, 2016

Ultimate Painting - "Dusk"



Ao terceiro registo, aquilo que inicialmente seria um projeto paralelo transformou-se numa banda que suplantou em termos de edições os Veronica Falls e não tarda ultrapassa os Mazes, bandas de onde são originários os cabecilhas James Hoare e Jack Cooper respetivamente.

Neste espaço já foram destacados ao figurar nas lista dos melhores dos dois últimos anos e com "Dusk" preparam-se para fazer um pleno, tendo em conta que a sua fórmula sonora não varia, no entanto, cada vez mais soam coesos e provavelmente este terceiro álbum revela a dupla mais inspirada do que nos anteriores "Ultimate Painting" e "Green Lanes".

 Nas passadas resenhas aos Ultimate Painting as referências musicais assentes no terceiro registo dos Velvet Underground, os Byrds, Love, a batida motorik, os Felt, Teenage Fanclub e até os Real Estate foram destacadas, e o mesmo discurso é válido para este disco, contudo, "Dusk" revela-se um disco mais fluido que os anteriores. As harmonias vocais continuam em destaque, a toada lânguida marca o tempo ao longo de todo o registo como vem sendo hábito, como que um espelho de uma construção musical que reflete dois músicos a exorcizar as suas influências em comum ao ritmo de pura desbunda, sem grandes preocupações em relação a colagens e isso tem sido a sua mais valia, pois estamos perante canções que apesar de nos transportar para outras paragens com facilidade, merecem ser apreciadas.

Tal como nos anteriores registos a costela krautrock é exposta em "Bills", "Song for Brian Jones" não soa a Rolling Stones mas revela-se como um honesto tributo, discretas teclas adornam "A Portrait of Jason", "Lead The Way" soa a cruzamento entre os Eskobar e os Ride de "Carnival of Light", "Monday Morning, Somewhere Central" assemelha-se a várias bandas influenciadas pela vaga germânica mas a um ritmo mais vagaroso, "Who is Your Target?" é um belo exemplo de indie-pop, "Skippool Creek" é balada narcótica que não destoaria no cancioneiro dos Brian Jonestown Massacre, "I'm Set Free" toda ela Velvetiana com uma linha de teclado aproximada a Jacco Gardner, "Silhouetted Shimering" soa a The Jesus & Mary Chain sob o efeito de "downers" e "I Can't Run Anymore" aproxima-se dos Yo La Tengo.

Tudo isto espremido, resulta num disco que após várias audições, possui aquela cola mágica que mesmo soando familiar encanta pela simplicidade das suas melodias e, acima de tudo, desvela-se como um disco sincero, que não aspira a mais do que ser um somatório de inspiradas canções.

Oh fuck it! It's another punk/HC mixtape!

01.(I'm) Stranded - The Saints 02.Blitzkrieg Bop - Ramones 03.White Riot - The Clash 04.Bodies - Sex Pistols 05.Born To Lose - Johnny Thunders 06.Problem Child - The Damned 07.In The City - The Jam 08.Orgasm Addict - Buzzcocks 09.Identity - X-Ray Spex 10.True Confessions - Undertones 11.Gary Gilmore's Eyes - The Adverts 12.Borstal Breakout - Sham 69 13.Stranglehold - U.K. Subs 14.D-7 - The Wipers 15.Rise Above - Black Flag 16.Group Sex - Circle Jerks 17.L.A. Girl - Adolescents 18.Myage - Descendents 19.Banned in D.C. - Bad Brains 20.Seeing Red - Minor Threat 21.Dehumanized - Void 22.Nic Fit - The Untouchables 23.Barbed Wire - Youth Brigade 24.Rock and Roll Bullshit - Government Issue 25.Drug Me - Dead Kennedys 26.Animais - Censurados 27.Chuta Cavalo... (E Morrerás) - Peste & Sida 28.Eu Tenho Um Pobre - Mata-Ratos

segunda-feira, novembro 14, 2016

Songs From The Old House #4

01.Coastal Stations - July Skies 02.Let Me Down Gently - Spacemen 3 03.You Know It's True - Spiritualized 04.Mesmerene - Thomas Feiner & Anywhen 05.Low Country - Chris Eckman 06.No Fun - Hederos & Hellberg 07.Willing To Wait - Sebadoh 08.She Brings The Rain - Can 09.Chicago People - Sam Prekop 10.Queenie - Brazzaville 11.Bittersweet - Everything About The Girl 12.It's a Very Deep Sea - Style Council 13.Jump In The River - Cousteau 14.A.M. Radio - Hugo Race + True Spirit 15.All The Time In The World - The Apartments 16.Two Birds Blessing - Old Jerusalem