segunda-feira, novembro 30, 2015

The TeleVibes - "High or Die"



Outrora destacados neste espaço, desta feita volto a redigir umas linhas sobre os The TeleVibes em virtude da edição do seu primeiro longa duração "High or Die" editado no passado mês de Maio e passível de ser descarregado gratuitamente aqui.

Se os registos anteriores indiciavam uma banda cujas coordenadas sonoras apontavam para o rock psicadélico, o garage rock e o surf-pop, neste disco reforçam o ênfase no psicadelismo, desde logo através da sua capa e diversos piscar de olho ao Pink Floyd em faixas como "The Piper At The Gates of Bong" e "Pete ColdPack". No entanto o trio não se deixa levar completamente pela corrente psicadélica, continuando a compor faixas que não destoariam num disco dos Thee Oh Sees com guitarras repletas de fuzz e vocalizações reverberadas de que são exemplo "DMT", "Asyd" e "Ex To See".

Se retirarmos os interlúdios experimentais algo inconsequentes, acabamos com um ep de elevada categoria e o reforço de que os The TeleVibes são uma banda a ter em conta no futuro.


quarta-feira, novembro 18, 2015

Shopping - "Why Choose"



Segundo registo do trio londrino composto por Rachel Haggs, Billy Easter e Andrew Milk que aos poucos tem vindo a conquistar o seu espaço graças a uma sonoridade tipicamente devedora da vaga pós-punk, mas que apesar de facilmente detetarem-se as influências (ESG, Delta 5, Au Pairs, Slits, Talking Heads, Kleenex, Bush Tetras, The B-52's) soam a algo que não inovador mas bem elaborado e de fácil assimilação.

Se o registo de estreia "Consumer Complaints" revelava uma banda promissora, este "Why Choose" confirma as expetativas criadas pelo seu antecessor, denunciando uma banda consciente da sua mensagem politica, embora sem radicalismos, e com uma percepção musical assente nas premissas do género mas demonstrando que dentro de um estilo tão batido ainda existe espaço de manobra para criar algo minimamente interessante.

Para além das referências musicais citadas, sempre com o ritmo como foco primordial, ou se preferirem, em colocar o ouvinte ou espetador a mover o corpo,os Shopping tentam acima de tudo, conjugar a crítica politica e social inerente a esta vertente sem entrar num registo sonoro repleto de agressividade mas sim de ondas sonoras dançáveis, porque a mensagem não tem de ser cuspida para ser compreendida.

Em apenas meia-hora os Shopping despacham 12 temas nos quais gostaria de ouvir mais o diálogo da voz feminina/masculina como em "Straight Lines", contudo o jogo de vozes é um dos trunfos da sua sonoridade, sempre alicerçado em guitarras devedoras dos Wire ou Gang of 4, baixos repletos de groove e batidas ritmadas. Por vezes remetem para exemplos mais recentes como o caso das Electrelane ou dos Gossip mas as suas raízes estão bem vincadas na viragem da década de 70.