terça-feira, maio 05, 2015

Metz - "II"


O power-trio canadiano retorna às lides discográficas após o explosivo disco de estreia editado em 2012 com direito a duas passagens por Portugal que não descolarão tão cedo da memória de quem assistiu. O novo registo simplesmente intitulado "II" não se desvia da avalanche sonora trilhada inicialmente: a guitarra continua a soar a um enxame de abelhas dentro de uma centrifugadora, o baixo não dá tréguas, a bateria tenta suplantar os restantes instrumentos e as vocalizações são basicamente um berreiro descontrolado, resumindo, isto é noise-rock com uma forte costela hardcore cujo alvo é abalar a estrutura óssea do ouvinte e colocar os seus tímpanos a sangrar!

Para além da referência aos Pixies, Big Black e Nirvana (fase Bleach) os Metz recuperam aquele indie-rock dos 90, repleto de suor, ruído, gritaria, violência e sujidade explorado por inúmeras bandas como os Unwound, Jesus Lizard, Unsane ou os colegas de editora Pissed Jeans. De fato os seus registos remetem para essa época dourada do rock alternativo ainda com um forte cunho "underground", e aí reside a sua popularidade, quiçá porque muita gente não se revê neste universo no qual as bandas andam de mãos dadas com o "mainstream", guiam-se pelo que está "in", esmeram-se nas produções mais limpinhas e no visual a condizer com o momento e num abrir e fechar de olhos já estão "out", ou seja, de alternativo possuem muito pouco.

Em apenas meia-hora os Metz sacodem o ouvinte de uma forma que muitos deixaram de estar habituados e uma geração mais nova é empurrada contra a parede questionando-se de onde saiu este tornado sonoro. Podemos afirmar que não descortinamos diferenças entre os dois álbuns, que a banda não se esforçou em mudar algo na sua sonoridade, mas este é daqueles casos em que a velha máxima "em equipa que ganha não se mexe" faz todo o sentido.

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