Se no próximo Domingo o Sim não vencer no referendo do aborto, passo definitivamente a ter vergonha de ser português. Estou farto deste frio. Tenho ingerido demasiados medicamentos e a porra da tosse não pára. Más notícias: o Carnaval e o meu aniversário estão próximos.
Aquisições
CDR
Arcade Fire – “Neon Bible” (2007)
Provavelmente o disco mais aguardado deste ano e com lançamento previsto para Março, o sucessor de “Funeral” não defrauda as expectativas e por certo vai ser favoravelmente criticado por todo o lado. Não possui a mesma carga explosiva do seu antecessor, mas dá conta do recado. Recorda em mais do que um tema a vertente épica dos Echo & The Bunnymen.
The Fall – “Reformation Post TLC” (2007)
Mark E. Smith volta à carga com mais um disco (quanto serão no total?) que a meu ver fica-se pelo mediano, dada a saturação de certos tiques típicos desta conceituada banda de Manchester. Nem bom nem mau, é apenas mais ou menos.
Electrelane – “No Shouts, No Calls” (2007)
O quarto registo destas meninas ainda não me conquistou. Fiquei com a impressão que decidiram elaborar um disco mais directo e acessível, mas ao qual falta algum impacto para além de caírem na tendência de se repetirem a elas próprias. Quem sabe mais umas audições e a opinião muda...
Frightened Rabbit – “Sing The Greys” (2006)
Formação escocesa composta por dois irmãos que a falta de melhor decidiram começar a compor umas canções que levaram a sua mãe a incentiva-los a gravar um disco que eu confesso ter gostado imenso. Pop Lo-fi sem grandes adornos mas com imensa pinta. De tal forma que os colocaria nos melhores de 2006 tivesse-os descoberto a tempo.
7”
Camera Obscura – “If Looks Could Kill” (Mais uma pérola retirada de “Let’s Get Out Of This Country”)
The Shins – “Phantom Limb” (Belo single de apresentação)
Audições
Criticas o mais sucinto possível para não desistirem de ler até ao fim!
Ral Partha Vogelbacher – “Shrill Falcons” (2006)
Elemento dos Thee More Shalows edita disco com uma maior carga de ruído e de electrónica. O resultado é deveras cativante e levanta a questão, onde raio andava ele que não o topei mais cedo?
Architecture In Helsinki – “We Died, They Remixed” (2006)
Como o título indicia, este é um disco de remisturas para o bem sucedido “In Case We Die” desta numerosa banda australiana. Na sua maioria safam-se mas nada supera a audição dos originais.
Spektrum – “Fun At The Gymkhana Club” (2006)
O anterior “Enter The Spektrum” causou furor com a sua sonoridade pós-punk em conjunto com as novas tendências da música de dança. O seu sucessor revê parte da matéria dada e acrescenta novas linguagens embora sem o mesmo impacto que o disco de estreia. Safa-se mas podiam fazer melhor.
The Good, The Bad & The Queen – “S/T” (2007)
Enquanto os Blur se vão mantendo em banho-maria indefinidamente, Damon Albarn não para e rodeia-se de músicos ilustres para dar largas a mais um projecto desta feita bem mais próximo da banda que lhe granjeou fama. Soa a quatro tipos despreocupados a tocar canções pop sobre Inglaterra com piscadelas de olho ao reggae (está lá o baixista dos Clash) e às bandas sonoras vintage, para além de um maior destaque dado às teclas.
Bloc Party – “A Weekend In The City” (2007)
Não fui muito à bola com o disco de estreia mas fiquei com a sensação que ao segundo disco soariam algo mais maduros e melhores, contudo acabaram por soar bem piores que eu imaginava. Nem sequer um single em condições se vislumbra, já para não falar que a voz tende a irritar ao fim de poucas faixas.
K-OS – “Atlantis” (2007)
O rapper canadiano que não tem palas musicais, demonstra porque é único na sua combinação de rap “Old School”, Jazz, Soul, Funk e pós-punk. Tirando os Beastie Boys não topo mais ninguém tão eclético neste género.
The Shins – “Wincing The Night Away” (2007)
Ora cá está o primeiro grande disco deste ano. Ao terceiro álbum esta banda americana pertencente à mítica SubPop revela-se cada vez mais ciente do seu valor na composição de canções pop de recorte clássico mas com um toque de frescura, levando o ouvinte a não conseguir parar de ouvir esta preciosidade. Obrigatório comprar mas em vinil, pois para além da bela capa inclui cupão para fazer o download legal em formato MP3.
Concertos
Who Made Who (Casa da Música, 03/02)
Inseridos no Clubbing levado a cabo todos os meses por este espaço, o trio dinamarquês surgiu em boa hora a substituir o escalonado Marc Almond, e ainda bem pois o seu cocktail mutant-disco-punk agradou às centenas de almas que bateram o pé e abanaram as ancas ao ritmo contagiante dos temas do registo homónimo.
Maximilian Hecker (Theatro Circo, Braga, 17/02)
Ms. John Soda (Theatro Circo, Braga, 02/03)
!!! (Teatro Sá da Bandeira, 04/04)
Notas do Underground
A cumprir o seu 10 aniversário e a sua centésima edição, a editora sueca Labrador tem sido a grande responsável pelo que de melhor se tem ouvido em termos indie pop nos últimos tempos. Bandas como os Acid House Kings, Club 8, Sambassadeur, Radio Dept, ou Legends são belos exemplos de qualidade.
Façam-lhes uma visita em wwww.labrador.se onde figura uma recheada secção de MP3.
That’s all Folks!
25 comentários:
não fiques muito admirado se o péssimo resultado que esperamos que não chegue a acontecer, aconteça - - estás no país onde parece que anda a malta (quase) toda à espera que o salazar volte.
eu voto NÃO, as razões são questionavéis como tudo...
Shins é giro, tenho andado a ouvir esse 'singal'.
Não estou cá no domingo, se estivesse votaria shin.
Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução
Não ! - Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !
A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:
1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € - 60 € - 70€ - 80€ - 90€ - 100€ - 110€ - 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)
2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.
3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.
4 – Aceleração do "Processo de Adopção".
(*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde].
Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.
Não mas é a estes anónimos que vêm para aqui fazer campanha ou caraças.
Tenho AF para ouvir mas ainda ñ me apeteceu. Já Electrelane tem rodado bastante e concordo contigo mas no que toca à bateria. A baterista é mesmo a mais fraquinha, aquelas batidas repetem-se tantas vezes que cansam. Mesmo assim as canções têm crescido e aos poucos o álbum vai entrando embora saiba que nunca chegará aos calcanhares do Axes.
O objectivo deste post foi divulgar mais uma newsletter e não começar por aqui mais um debate sobre o aborto. Não me façam apagar mais comentários pois esta semana alguém já sofreu na pele o meu mau-humor.
a campanha que o anónimo fez não interessa nem ao menino jesus, digo eu...
Os Arcade Fire conseguiram o feito de não desiludir, ao contrário dos Bloc Party, que se tornaram sem duvida demasiado "pomposos", perdendo o que de bom havia no primeiro album.
Shins é grande disco, e espero pelo de Modest Mouse ansiosamente.
também ando viciado nos shins. tenho de tratar de ouvir ral partha!
Joaquim
de acordo com quase tudo (again), excepto com:
- The Fall - grande disco, talvez só para os mais fieis, mas grande disco; só entra depois de umas quantas audições e não dá para ouvir em qualquer sitio - recomenda-se aparelhagem decente e ausencia de ruido envolvente
- Electrelane - provavelmente o disco mais equilibrado, algures entre o axes e o power out; enorme secção ritmica e uso da simplicidade nas vozes, que, noutras bandas, serviriam apenas como coros. muito bom!
- ainda não ouvi o Ral Partha Vogelbacher, logo sem opinião
de resto, sublinho: Shins, grande disco, arcade fire não desilude - o que é um feito depois do funeral (Echo, é isso mesmo!) e Bloc Party grande bosta.
Cheers,
Excelentes resumos musicais. Quanto aos outros resumos, no domingo à noite saberemos.
Já disse cá uma vez que curtia muito estas resenhas expressas nas Newsletter do Capitão Edu. Volto a afirmar :)
Rapidamente sobre a IVG: Se o "NÃO" ganhar, começarei a pensar seriamente em EMIGRAR. Seria uma vergonha.
The Fall - Haha! Mais um, não? Deve ser o 56º álbum, LOL.
AFire - Delicioso! Superaram o Síndroma do 2º Álbum :)
BParty - Decepção anunciada. Já estava à espera, infelizmente, bem como os CYHSY vão pelo mesmo caminho, embora estes sejam de qualidade muito superior a BParty;
TGtB&tQ - Um disco a tender para a seca. Damon Albarn adora este tipo de cenas só para seu gozo pessoal. Não convence a maioria das pessoas;
Spektrum - O álbum é simpático e tem a qualidade devida. Concordo que poderiam ter feito bem melhor :)
The Shins - 'Wincing the Night Away' é para mim um sério candidato a álbum a figurar nos Tops '07. Excelente!
(Desculpa a extensão do comentário)
Abraço!
E el perro del mar, que achas? Eu acho muito giro, muito fresquinho.
SR.os400golpes: pára de exercer auto-censura que já sabes que eu não apago os teus comentários :-))
Susana: El Perro Del Mar não convenceu.
Arcade Fire curti bastante.....Electrelane é como muito bem diz o Capitão, directo e acessível, gostei muito.....Bloc Party ainda n me dei ao trabalho de ouvir e acho que n o vou fazer´.....The Shins mais um belo exemplar....The Good, The Bad & The Queen gostei....
Ultimamente ando a flipar com o novo de Deerhoof, esta grande mesmo....
Abraço :)
engasguei-me
abraço
desculpa Edu...
fui eu k "comecei", vá fui o 2º, com esta conversa da treta, e depois veio um anónimo (a pior coisa é opinar e não se identificar - é como ter vergonha do k se diz), e com o seu manifesto, que não deixa de ser da treta tb, mas enfim...
eu sabia k era dificíl, dizer que votava em sentido contrário, à maioria dos teus amigos leitores...
mas hoje é dia de reflecção,por isso reflictam, eh eh eh
quanto aos discos, gosto de todos um pouco, tenho que ir buscar uma ou duas a todos por isso...
continua assim com blog, está muito fixe!
abraço
Eu já calculava que a abordagem ao assunto mesmo que de forma superficial iria provocar algumas reacções, até aí tudo bem, mas virem para este espaço com paleio de propaganda de forma anónima, já não me agrada nada.
Neste blog já muito se discutiu de forma democrática, e mesmo quando a minha opinião foi contariada nunca apaguei ninguém.
Todos são bem-vindos desde que assinem as suas opiniões e não utilizem este espaço para publicitar seja o que for sem a minha autorização.
Acho mesmo muito bem, abaixo com os "anonymous".
Shins - o primeiro grande disco do ano.
Arcade Fire - a confirmação de uma grande banda ( já passaram para uma multinacional).
Frightened Rabbit - tem grandes músicas, mas algumas são chatas.
Ral Partha Vogelbacher - grande álbum, grande descoberta do "dedos-bionicos"
Bloc Party - nem vale a pena tecer comentários
The Fall - este agora só fazem discos para agradar ao PEDRO CARVALHO.
Abraços
Finalmente encontrei alguém que também não acha piadinha nenhuma a Bloc Party!
Vou averiguar The Shins! ;)
eu acho que os discos dos Fall são mesmo para agradar a eles próprios, de resto estão a borrifar-se! Mas a mim agradam-me, sem duvida! :)
Acabei de dar uma escutadela aos novos de Arcade Fire, Bloc Party e Shins e aqui vai:
AF - podia ser melhor mas tb podia ser pior;
BP - não é assim tão mau, é preciso fazer skip ao falsete e depois ouve-se (o gajo continua muito giro e simpático);
Shins - em alguns momentos do disco parece que gostavam muito de ser os Smiths (mas não são), mesmo assim não é muito diferente dos 2 anteriores.
The Queen, the Bad and the Ugly - respeito os senhores mas não tenho tempo.
O disco de Eletrelane já rodava há algum tempo e por aqui vai continuar a rodar por prazo indeterminado
Ral Partha Vogelbacher ainda espera pela hora de rodar por aqui.
"Friend Opportunitty" dos Deerhoof ficou de fora da tua newsletter, mas sublinho a posição do companheiro biónico, parece-me muito bom.
Sim.
Blonde Redhead já anda aí...
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