Newsletter Capitão Edu #69

A única promessa para este ano, no que às newsletters diz respeito, é de tentar ser o mais regular possível e de transmitir o melhor que puder as impressões que obtiver das audições, leitura e observação de tudo que rodeia este mundo fascinante da música. As vossas contribuições e comentários continuam a ser o motivo pelo qual eu redigo estas linhas e dou cabo da vista em vez de estar a ver um belo filme domingueiro ou a passear num Centro Comercial. Bem-haja!

Aquisições

CD
V/A – “Rough Trade Shops: Indie Pop 1”
Editada em 2004, esta dupla compilação revela o delicioso universo do indie pop desde a década de 80 até aos nossos dias. Dos Shop Assistants, Talulah Gosh, Felt, Vaselines, Wedding Present, aos mais recentes Camera Obscura, Dressy Bessy, Love Is All.

Violent Femmes – “3” / “Why Do Birds Sing”
Após o excelente concerto que rubricaram na Sala Batalha em Novembro passado, não resisti em adicionar mais dois álbuns a “nice price” à minha colecção.

Old Jerusalem – “The Temple Bell”
Ainda não editado oficialmente mas já na minha posse (obrigado Bor Land), o terceiro registo dos Old Jerusalem confirma as qualidades do Francisco na escrita e composição de canções com veia folk mas sempre com um toque pop.

CDR
Stereobate – “Selling Out In The Silent Era”
Actualmente fora de catálogo (um crime!), finalmente consegui deitar a luva a esta preciosidade do underground americano, no qual se fazem sentir a influência dos Fugazi, Shudder To Think, Slint e Girls Vs Boys.

Malajube – “Trompe L’oeil”
Oriundos de Montreal, podem ser vistos como a resposta aos Arcade Fire mas em francês, contudo acreditem que são mais do que isso. Não foi à toa que os coloquei na lista dos melhores de 2006.

Flin Flon – “Dixies”
Facilmente catalogados como post-punk / art-rock no seguimento de bandas como os Les Savy Fav, Whirlwind Heat ou S PRCSS, os Flin Flon soam algo verdes e quem sabe com outro vocalista a coisa soasse melhor. Não está mau para começar mas a ver vamos se evoluem.

Clap Your Hands Say Yeah – “Some Loud Thunder”
Com edição prevista para o final deste mês, o sucessor do arrebatador registo de estreia dos CYHSY infelizmente não consegue sequer equiparar-se ao seu antecessor. As faixas que compõem este curto disco não são de deitar fora mas falta aqui algo que no disco homónimo jorrava a rodos: grandes canções!

7”
I’m From Barcelona – “We’re From Barcelona” (Um hino pop)

Gnarls Barkley – “Who Cares” (Picture Disc. “Gone Daddy Gone” no verso)

Yo La Tengo – “Mr. Tough” (Que capa!)

Rapture – “W.A.Y.U.H” (Toca a dançar!)

Blood On The Wall – “Mary Susan” (Belo exercício Pixiano)

Idlewild – “I Understand It” (Limitado e numerado)

Audições
Criticas o mais sucinto possível para não desistirem de ler até ao fim!

Slip – “Eisenhower” (2006)
Formação já com alguns discos editados, alternam entre um college pop/rock e uma vertente mais experimental a tender para o jazz. Safam-se bem em ambas.

Goldenboy – “Underneath The Radio” (2006)
A comprovar que 2006 foi um bom ano no que à pop diz respeito, aqui está mais um bom exemplo que bebe inspiração no malogrado Elliot Smith e nos Luna. Destaque para o tema “Summer In The Evening”.

Annuals – “Be He Me” (2006)
Garanto-vos que durante este ano este nome surgirá com frequência dada a estreia auspiciosa desta banda americana com elos sonoros aos Cursive, Arcade Fire, Grandaddy e Broken Social Scene.

Meeting Places – “Numbered Days” (2006)
Praticantes do que vulgarmente se denominou de shoegazing, os Meeting Places não são inovadores mas dentro do género safam-se com distinção no seu cocktail de My Bloody Valentine, Swervedriver e Ride.

Legends – “Facts & Figures” (2006)
A expectativa era grande da minha parte em relação ao sucessor do delicioso objecto shoegaze-retro-pop “Up Against The Legends”, contudo a banda decidiu vira-se para o synth-pop dos anos 80 e acabaram a soar a Royksopp.

Dean & Britta – “Words You Used To Say” (2006)
O casal Luna edita um ep como aperitivo para um novo disco que se espera editado este ano. Contêm uma versão irresistível para “We´re Not Suppose To Be Lovers” de Adam Green.

Howling Bells – “Howling Bells” (2006)
A estreia desta formação australiana vagueia entre os Mazzy Star, P.J. Harvey, Tanya Donnelly, Nick Cave e o neo-country. Competentes é um facto mas falta um pouco mais de substância.

Jarvis – “Jarvis” (2006)
O líder dos Pulp finalmente edita o seu primeiro disco a solo e apesar de lhe reconhecer qualidades tanto na escrita como na forma de cantar, o resultado soa à sua antiga banda em final de carreira. Destacam-se os temas que compôs para a Nancy Sinatra, “Don’t Let Him Waste Your Time” e “Baby’s Coming Back To Me”.

Publicações
Mojo (Fevereiro 2007)
Segundo esta revista este vai ser o ano da consagração de Ian Curtis e por conseguinte dos Joy Division que dominam em larga escala esta edição. O cd retira inspiração na canção “Love Will Tear Us Apart” onde se incluem temas sobre a dor, sofrimento e desespero.

Rockdelux (Janeiro 2007)
Como não podia deixar de ser, o primeiro número do ano é dedicado às listas dos melhores do ano em diferentes categorias. O cd é uma síntese dos melhores temas do ano, com a promessa de um segundo volume para o próximo mês.

Concertos
12Twelve (Casa da Música, 06/01)
Pela terceira vez no Porto e felizmente a conseguir fazer o pleno, pois se existe banda que dá gosto ver actuar são estes espanhóis apanhados pelo jazz, as bandas sonoras “vintage” e o post-rock. Não foi por acaso que a Rockdelux os elegeu a 2ª melhor banda espanhola ao vivo.

Notas do Underground
Desta feita o destaque vai para mais uma minúscula editora americana de seu nome Peek-A-Boo Records onde figuram bandas com algum potencial como os Black Lipstick ou Octopus Project.
É favor aceder a www.peekaboorecords.com